Jul 12

Quando vi na minha escala o treinamento pro Buzz Complex, na tomorrowland, nem acreditei!!! Tava dando tudo pra sair do Quick Service, principalmente porque o pessoal legal de lá (CPs) tavam indo embora, e eu iria começar a fechar todo dia, ou quase todo dia!! Entao quase chorei quando vi na minha escala que eu realmente ia pra attractions.Trabalhei em 5 brinquedos: TTA, Astro Orbiter, Carroussel of Progress, Stitch e Buzz.

No treinamento nós aprendemos a abrir todos os brinquedos, temos uma checklist gigaaante que temos que seguir TODOS os passos!! Começamos às 7h quando o parque abre às 9h. É muita informação, e graças a Deus eu nunca tive que abrir nenhum brinquedo, porque não ia saber, hehehehe!! Principalmente o Buzz, que era o mais complexo de todos! Mas os CPs e ICPs quase nunca abrem, só os full time, o que eu acho ótimo.

No 1º dia de treinamento, além de abrir, trambém aprendemos as posições Load 1 e load 2 do Buzz. O Load 1 é muito fácil, é só verificar as pessoas entrando nos carrinhos, dizer pra elas terem cuidado na hora de pisar na esteira e não deixar eles subirem nos carrinhos cobertos, porque estão estragados. Mesmo sendo meio óbvio que os carrinhos cobertos estão estragados, os guests não se tocam disso e 99,9% deles querem subir neles. Além disso, eles não prestam atenção no que você diz, então várias vezes eu tinha que gritar muitas vezes pro guest não ir naquele carrinho, e algumas vezes tinha até que parar a ride e fazer ele descer.

Era uma posição bem fácil, só tinha que ter um pouco de atenção com os carrinhos cobertos. Chegou uma época que eu já não falava mais nada, quando vinha um carrinho coberto eu simplesmente colocava o braço na frente do guest e não deixava ele pisar na esteira rolante. Se ele me olhasse com cara de bravo ou de ponto de interrogação eu dizia que aquele carrinho tava quebrado e pronto.

E o Load 2. É ali que você liga e desliga todo o brinquedo. E também é a pessoa que tem que fechar a porta do carrinho. Isso era meio chato, meio repetitivo, mas eu não reclamava muito. Tinham posições bem piores que aquela. Quando a ride parava, o Load 2 era obrigado a falar no microfone que o brinquedo parou e dizer pros guests permanecerem sentados. Quando a ride ia voltar a funcionar ele também tinha que anunciar no microfone, pra permanecerem sentados que a ride ia começar imediatamente.

Tem um spiel certinho pra gente falar, mas quando eu tava de mal humor só falava o básico mesmo. O load 2 só faz o spiel que a ride vai voltar a funcionar depois que recebe o sinal do load 1 e do unload de que ta tudo ok. E depois do spiel, ele tem que re-ligar a ride e voltar a fechar as portas dos carrinhos. Na 1ª vez que eu fiz essa posição no treinamento fiquei morrendo de medo, achando que não ia conseguir. É muito botao pra apertar na hora de religar a ride, eu achava que nunca ia lembrar a sequencia certa!! A 1ª vez sozinha foi super tensa!!! Mas deu tudo certo, e com o tempo eu vi que não era nenhum bicho de 7 cabeças, até gostava! Só era ruim quando tinha um CM incompetente no Load 1, que não fazia nada, aí eu tinha que parar a ride toda hora porque os guests subiam nos carrinhos cobertos.

No Buzz ainda tem as posições Unload 1 e Unload 2. (As posições de fastpass e greeter eu falo no próximo post, porque são mais genéricas pra todas as attractions). O Unload 1 só tem que ficar ali verificando o pessoal sair dos carrinhos, vendo se ninguém esqueceu nada (o que acontecia muito), era bem fácil.

E o Unload 2 era o responsável pelas cadeiras de rodas, que entravam no brinquedo por ali. Tinha um carrinho especial pra cadeira de rodas, e temos que esperar o carrinho chegar, abrir a porta dele (a porta se desdobra até o chão e vira uma rampa), colocar a cadeira de rodas dentro, fechar a porta e acomodar o resto da família nos carrinhos de trás, tudo isso sem parar o brinquedo e antes da esteira acabar!! No começo eu tinha medo dessa posição, tinha medo de não dar tempo, então sempre parava o brinquedo, não tava nem aí. Depois eu vi que não era tão difícil, e conseguia fazer só dando um “slow” na esteira.

(Em todas as posições – Load 1, Load 2, Unload 1 e Unload 2 – a gente ficava com um controle na cintura com 2 botoes, 1 pra parar o brinquedo e outro pra fazer a esteira andar mais devagar.)

Bom, os 2 Unloads eram tranquilos (tirando o dia que eu tava de Unload 2 e vieram umas 7 cadeiras de rodas ao mesmo tempo, mas isso foi só uma vez, geralmente é tranqüilo), o único problema é que quando tava understaffed (faltando gente pra trabalhar), colocavam só o Unload 1, e ele tinha que fazer tudo!!! Aí era meio complicado, mas também nenhum bicho de 7 cabeças.

No dia seguinte foi o TTA. (Pra quem nao sabe, o TTA é aquele trenzinho que anda em cima da tomorrowland.) Abrimos, foi legal que percorremos todo o trajeto do TTA, andamos na ride e depois fomos fazer as posições, Load, Unload e greeter. No treinamento parecia ser legal, mas depois eu odiei, o TTA é o pior brinquedo pra trabalhar!!! Só a posição de greeter que não é tão ruim, era só ficar ali dando informações e não deixando ninguém entrar com comida e bebida.

No TTA também tinha uma esteira rolante, igual ao Buzz, onde as pessoas pisavam pra depois entrarem no carrinho. E nós também tínhamos um controle que dava pra parar a ride (não tinha “slow”), mas no TTA nós não podíamos ficar parando sempre igual no Buzz. Porque o brinquedo é muito velho, é de 1971, e se parássemos, corria o risco de na hora de religar ele não voltasse a funcionar, e aí teríamos que evacuar todo mundo. Então a instruções que nós tínhamos era de parar só se víssemos que o guest ia cair, caso contrário não.

Então eu me estressava muito com aquelas famílias de 10 pessoas que resolviam decidir quem ia com quem quando já tavam ali na esteira na frente do carrinho. Ficava mó tumulto ali, a esteira quase acabando, nossa, era um stress total, pior posição do universo!!!

Mas, na sucessão de merdas que aconteceram no meu 1º dia depois do treinamento foi ter parado o TTA pra um guest idoso que tinha dificuldade de andar. Eu não poderia ter feito isso, podia ter ajudado ele (eles sempre tem medo de pisar na esteira, mas é só ajudar que eles conseguem), mas ele perguntou se poderia parar a esteira e eu disse que sim. E aconteceu o que eu disse ali em cima, o brinquedo não funcionou e tivemos que evacuar. Depois que eu percebi a merda que tinha feito, quando a manager veio me perguntar eu disse que o guest ia cair, por isso parei a ride, hahahaha!!!

No outro dia foi o Astro Orbiter. Muito fácil abrir, muito fácil as duas posições que tem, Astro Top e Astro Bottom. Muita gente não gostava do Astro, mas eu adorava trabalhar lá. No astro bottom, só tínhamos que perguntar quantas pessoas na família e dizer a quantos foguetes a família tinha direito (geralmente eram 2 pessoas por foguete), até completar os 12 foguetes que o brinquedo tem e coloca-los no elevador. Muito fácil.

Já no Astro Top, é só esperar o pessoal entrar no foguete, ligar, e quando acabar, mandar os guests pra baixo de novo no elevador. Era muito legal, eu nem via o tempo passar ali. Só era ruim quando tava muito sol, lá era muito quente, e no frio deve ser pior ainda, muito vento. Mas era divertido. Eu só me irritava quando o Astro Bottom não fazia o trabalho direito e acabava mandando lá pra cima mais gente que a capacidade. Os foguetes eram muito apertados, então pra quem é mais gordinho, ou muito alto, o ideal é deixar um foguete só pra pessoa, mas não, tinha gente que alocava 1 foguete pra 2 gordinhos, ai não cabia e eu que ficava com cara de tacho ali!!!! Isso era realmente chato, mas acontecia mais quando o CM era novato. Aconteceu isso uma vez comigo (tava no astro bottom e mandei gente a mais pra cima), depois sempre deixava 1 foguete sobrando por garantia.

Eu gostava de fazer magical moment no Astro Top. Porque enquanto os guests estavam entrando no foguete, tinham outros esperando. Então eu sempre pegava uma criança e fazia ela fazer o “lançamento” pelo microfone: “3, 2, 1, blast off!!”. Nossa, as crianças adoravam e os pais mais ainda. Filmavam, pediam pra tirar foto comigo, era o máximo. Eu e alguns outros brasileiros sempre fizemos esse magical moment. Aí, quando começou o Year of a Million Dreams, ele virou “oficial”, e todos os cast members eram obrigados a fazer.

Depois foi o Carroussel of Progress. O dia do treinamento foi muito legal. Com a minha treinadora estava só eu (porque os outros 2 treinees tinham faltado) e tinha mais uma treinadora com uma trainee. Essa outra treinadora tava com uma câmera e queria subir no palco e tirar foto com o cenário. Teoricamente isso é proibido, mas nós fomos lá e subimos, na ultima cena do Carrossel. Foi legal ver o pai que fica atrás de um balcão e só dá pra ver da cintura pra cima, fomos lá atrás e vimos que ele não tem perna, é um monte de fio bizarro!!! (Estilo William Bonner no Jornal Nacional). Aproveitei e tirei uma foto com o cachorro do cenário. Mas foi na câmera dessa treinadora, então eu nunca peguei essa foto.

No COP (sigla do carrossel) tinham 2 posicoes, turnstiles e monitor. As duas eram fáceis, mas eu gostava mais de Monitor. Nessa posição eu só tinha que fazer um spiel de 90 segundos antes do show começar, muito fácil. E antes do spiel, eu ficava um tempão sem fazer nada, só esperando as pessoas entrarem. Quando tava de bom humor ficava fazendo brincadeirinhas no microfone, cantando parabéns e tal. Quando tava de mal humor só fazia o spiel obrigatório mesmo: “Good morning ladies and gentlemens, welcome to the Walt Disney`s Carroussel of Progress. Please remain seated at all times, the teather does rotate. And also, there’s no eating, drinking, smoking, photographies or videotaping. Thank you and enjoy the show.

Tem um tempo certo pra fazer esse spiel, porque logo depois já começa o show. No meu assessment eu tava meio nervosa e errei o tempo, comecei antes e terminei bem antes do que deveria terminar. Fiquei morrendo de vergonha. Mas depois eu vi que é muito fácil, só esperar uma luz acender na sua cara e começar.

A posição turnstiles é bem tranqüila também, mas no começo eu não gostava. Você tem que ficar ali, deixando os guests entrar, e quando ouvirmos um apito que a catraca faz num determinado tempo, temos que ficar atentos porque falta pouco tempo pras portas se fecharem e não podemos mais deixar os guests entrarem.

Diferente do Stitch, que nós temos o controle das portas, no COP nós não temos, é automático mesmo, porque o brinquedo gira, e se não fecharmos a fila na hora certa o guest perde o começo do show e o brinquedo pode até começar a girar com o guest ali na porta, o que é super perigoso! Eu odiava essa posição no começo porque nunca conseguia ouvir o maldito apito da catraca, e tinha medo de fechar a fila na hora errada. Então sempre fechava muuuito antes do que deveria, hahahaha, mas não tinha muito problema, melhor prevenir do que remediar. Mas depois eu entendi o esquema dos apitos da catraca e tudo ficou mais fácil.

E finalmente o Stitich, esse sim era o melhor brinquedo pra se trabalhar!!!! A única posição que eu não gostava muito era turnstiles. Quando o parque tava vazio era tranqüilo, mas quando tava cheio era meio estressante. É que o brinquedo do Stitch tem 132 lugares, então não podemos deixar mais gente entrar, senão ficam sem lugar pra sentar e não assistem ao show. Ali no console, ao lado da catraca tem um contador, que cada vez que alguém passa diminui 1.

A minha 1ª vez nas turnstiles, ainda treinando, fiz um overload (pus mais gente que a capacidade) de umas 10 pessoas. Me desorientei ali e quando eu vi já tinha passado, e agora não dava mais pra fazer voltarem. Depois disso, eu nunca deixava mais de 120 pessoas entrarem, por segurança (se eu por acaso não visse alguma família entrar não teria problema, eu ainda tinha 12 lugares). E quando chegava nos 105, 110, eu já começava a parar a fila e ia perguntando quantas pessoas tinha naquela família, pra ver se podia ou não entrar.

Quando os fastpass não estavam funcionando era tudo fácil. Mas quando tinha fastpass, ninguém merece!!! Porque era gente entrando dos dois lados, em 2 catracas e o contador indo à loucura. E eu indo mais ainda! De agosto a novembro, foram poucos os dias que o fastpass do stitch abriu. Porque como a cada 5 minutos nos colocávamos umas 120 pessoas pra dentro, a fila nunca era muito grande.

A melhor posição de todas era o Briefing Room. Você não faz absolutamente NADA, e ainda fica no ar condicionado (no meu caso, que tava lá no verão, mas no caso dos ICPs ali vai ser o lugar quentinho). O Briefing Room é um pré-show. Tudo que você tem a fazer é esperar os guests entrarem, mandar eles pararem na linha vermelha que tem no chão, contar quantas cadeiras de rodas tem ali e SÓ!! Depois que o briefing acaba, você só tem que acompanhar os guests até a chamber, que é onde vai ser o show mesmo. Como o briefing dura uns 4 minutos e a breakroom é ali do lado, eu sempre ficava lá, tomava uma água, dava uma sentada no sofá, conversava um pouquinho, depois voltava. Sem dúvida a melhor posição de toda a tomorrowland!

A 2ª melhor posição era a chamber, que é o “teatro” onde o show acontecia mesmo. Eu andava com uma lanterna, porque a chamber é escura e adorava isso!! Esperava os guests entrarem, mandava todos irem “aaaalll the way down, filling all avaiable seats” (hahaha no ICP eu via o pessoal falando isso, era meu sonho falar também!!!). Depois de todos os guests devidamente acomodados – o que as vezes demorava, porque sobravam 3 guests e 3 cadeiras, uma em cada canto da sala porque ninguém ia all the way down, e os guests também não queriam sentar separados. Nesses casos eu ia com a lanterna bem na cara do infeliz que não foi all the way down e mandava ele se mexer. Enfim, depois que todos estavam sentados eu ligava o brinquedo. E tinha que apertar um botão verde – maldito botão verde – que até hoje eu não sei pra que serve, mas se não apertarmos esse botão o brinquedo pára.

Depois disso era só sentar e esperar acabar. 10 minutos sentada ali no bem bom do ar condicionado. Muitas vezes eu dava umas cochiladas, ou ficava mandando mensagem de celular, era uma maravilha. Tinha CM que até saía da sala e ia pra breakroom, mas isso eu não tinha coragem de fazer. Porque às vezes algumas crianças choravam e queriam sair no meio do show, e eu tinha que tirar. Imagina se uma criança começa a chorar e não tem nenhum cast member ali pra tirar ela, vai ter que continuar vendo aquilo que ta amedrontando ela, imagina o trauma da criança!!! Ou então às vezes tinham uns claustrofóbicos que também queriam sair no meio do show… Imagina se a pessoa tem um treco ali porque ninguém a tirou dali de dentro!!

Era tudo muito maravilhoso se o cast member da catraca não mandasse overload pra você. Porque se um guest fica sem lugar…. nossa, a casa cai!! Ele te xinga de tudo quanto é nome, com razão, e você não pode fazer nada. O guest é obrigado a assistir o briefing room de novo e entrar na outra chamber (sim, são 2). Com um guest a mais na outra chamber, mais um vai ficar de fora. Isso gera um efeito dominó, não sei se deu pra entender o rolo que é.

No meu 1º dia sozinha, depois do meu treinamento, eu tava lá na chamber do Stitch, ajudando 3 cadeiras de roda a entrarem ali no lugar reservado pra elas. O show começou, e uns 3 minutos depois parou tudo e acenderam as luzes. Na hora fiquei super assustada, ficou todo mundo olhando pra mim, eu não sabia o que fazer!! Foi desesperador. Anunciei no microfone que estávamos tendo dificuldades técnicas e que todos ganhariam fastpasses pra voltar a hora que quisessem. Eles não ficaram muito felizes com isso não. Porque são 8 minutos de pré-show (4 de briefing e 4 de um pré-show antes do briefing) e 10 do show em si, e eles teriam que assistir tudo de novo.

Nossa, foi horrível, fiquei morrendo de vergonha, os guests achavam ruim comigo e eu não sabia o que dizer. Mas com o tempo aprendi a ficar melhor nessas situações. Bom, pra completar a minha vergonha que já era total com os guests, ficou ainda maior com os managers quando eu descobri que a culpa de o brinquedo ter parado foi toda minha!! Enquanto tava lá ajudando as cadeiras de rodas, o show começou (eu poderia ter pausado, mas esqueci) e eu esqueci de apertar O MALDITO BOTÃO VERDE!!!! Também, depois desse dia eu nunca mais esqueci!!! Aconteceu de novo de o brinquedo parar comigo, mas aí foi por problemas técnicos mesmo, nunca mais pelo botão verde.

Bom, o fato é que quando uma das chambers do Stitch para, vira o caos. Porque não dá pra simplesmente religar o show, como acontece no Buzz, a manutenção tem que ir lá, olhar, arrumar, demora um tempão. Enquanto isso, ficamos só com uma chamber funcionando. Então, ao invés de o show ser a cada 5 minutos, passa a ser a cada 10 minutos. Ou seja, a fila aumenta e o tempo de espera também. Além disso, os guests que tavam no Briefing Room prontos pra entrar tem que assistir de novo. É o caos total por causa de um simples botão.

Mas enfim, fora isso, é a melhor ride de todas pra se trabalhar!!! Amei, morro de saudades, morro de vontade de voltar praquelas chambers. Pro Briefing Room mais ainda!! Só pro TTA que eu não tenho muita vontade, hahaha!!

Ficou meio grande esse post né? Foi mal… o próximo acho que vai ser menor, mais genérico sobre operations e falando um pouquinho do meu treinamento. Se alguém tiver dúvidas, perguntem aí nos comentários que eu respondo nos próprios comentários.

Beijos a todos.

Submarino.com.br
Jul 11

Eu sei que eu demorei, mas essas ultimas semanas com provas finais na facul, vendo as coisas do site, fiquei sem tempo mesmo!! Como o post de Operations ficou muito grande, resolvi dividir ele em 3 partes: PAC, Buzz Complex, falando o que eu fazia e um mais genérico sobre breaks, rotações, e tal.

Já falei aqui no blog algumas vezes como funciona, mas vou falar de novo, agora com mais detalhes. Na verdade, não tem ninguém que tenha o role só de PAC. Quem é escalado para PAC são os Park Greeters e os Attractions.

A nossa área era do fim da Main Street até a ponte da tomorrowland. Ficamos organizando o pessoal antes da parada começar. Nós colocamos as cordas que definem onde os guests podem ficar e onde não podem e ali também é uma das áreas especiais pra cadeira de rodas (as outras são na Frontierland e na Main Street, lá perto da entrada, se não me engano). Ainda bem que nunca fiquei nessa posição, que é a única posição chata do PAC. Primeiro porque você não pode ficar brincando com as crianças antes da parada começar, você TEM que ficar ali não deixando os guests entrarem, e deixando só quem ta de cadeira de rodas passar. O ruim é que quando a família é muito grande eles ficam meio bravos, porque só podemos deixar entrar o cadeirante e mais 5 pessoas da família. Aí quando vem uma família de 10 e não podem entrar todos eles ficam bravos. Mas poxa, imagina se a gente deixasse entrar 10 guests pra cada cadeira de rodas, não ia dar!

Sem contar que sempre tem as cadeiras de rodas que chegam 5 minutos antes da parada começar e exigem ficar no lugar reservado pra eles. Só que a essa altura já não tem mais lugar, e eles não tem onde ficar. Eles ficam muito bravos, te xingam, e a gente se sente mal em não poder fazer nada, porque afinal a pessoa tem que ficar num lugar especial, senão não consegue ver nada. Mas por outro lado, também não é nossa culpa se o guest não chegou mais cedo. A gente sempre mandava eles procurarem um lugar na Main Street ou na Frontierland, mas sabíamos que lá também não teria. Enfim, não gostava dessa posição, me sentia mal nessas situações.

Mas fora isso, PAC era muito legal. Eu sempre ficava na posição “crosswalk”, era a que eu mais gostava. Era na passagem pra ponte da Tomorrowland, eu colocava as cordas ali isolando uma área em que os guests NÃO podiam ficar, era uma área de segurança caso algum character tivesse algum problema. E óbvio que eu ficava assistindo a parada dali, né, sem ninguém na minha frente, VIP Seat total, hahaha!!!

Mas nem sempre eu assistia a parada tranqüila. Muitos guests, principalmente as crianças, insistiam em ficar sentadas ali onde não podia. Tadinhas das crianças, eu ficava com pena, porque elas mal conseguiam ver em pé amontoadas no meio de tantos adultos, mas infelizmente não podia deixar mesmo. Quando tinham 2 pessoas no crosswalk era mais fácil controlar, mas quando eu tava sozinha nem sempre dava pra ver a parada tranqüila.

Também tinha que ficar atenta, na parada da noite, às pessoas que tavam filmando com aquelas filmadoras que tem luz, sabe? Não podia deixar, porque os carros da Spectromagic se guiam pelas luzes na frente deles, então essas luzes nas câmeras podiam confundir. Então eu tinha que olhar os guests do outro lado da rua, e se visse alguma filmadora com luz, eu chamava o cast member que tava do outro lado da rua com um barulho que os PACs fazem e apontar onde era. Tinha que ficar atento, porque se fosse o contrário, algum CM do outro lado da rua te chamasse e você tivesse viajando na parada, você leva bronca depois. Então, óbvio que dá pra assistir a parada numa boa, mas tem que prestar atenção em tudo à sua volta.

Outra posição super legal era o “cake”. Chamava assim porque a área que a gente isolava pra não deixar os guests entrarem parecia uma fatia de bolo. Quer dizer, não parecia muito, mas essa foi a explicação que me deram. Não fazia muito sentido, mas…. Essa área era ali no HUB, aquela parte onde fica a estátua do Walt Disney, sabem? O legal é que essa área a gente não isolava com cordas, e sim com fita crepe. Gastávamos quase um rolo todo por parada. Eu adorava colocar a fita lá. Eram sempre duas pessoas, um ia segurando e desenrolando o rolo e a outra ia pisando na fita crepe pra fixar ela no chão. (to começando a achar que esse post ta meio bobo, muito detalhista, não sei se deu pra entender o sistema da fita crepe. Mas dane-se).

Outra posição meio chatinha, que eu só peguei uma vez é o Chute. Não tenho a menor idéia de porque tem esse nome. É ruim porque mal dá pra assistir a parada, e temos que ficar ali em pé, não deixando os guests passar (o que os deixa muito bravos). Acho que é a posição que mais os guests reclamam.

Teve um dia que uma menina tava ali perto de mim chorando porque não ia conseguir ver nada, já que tava cheio de adultos na frente dela. Ela tava bem onde a parada faz a curva, saindo da Main Street e indo em direção à tomorrowland. Ela tava tentando ver de frente, e realmente seria impossível. Mas eu consegui trazer ela um pouco pra trás, falei pra ela virar de lado, assim ela consegui ver a parada ainda na Main Street. Fiquei ali com ela, acenando pros characters, e quando a Branca de Neve viu que eu tava ali com ela, foi até a menina, pegou na mão dela e mandou um beijo…. a menina ficou super feliz!!! (E a Branca de Neve foi a única character que teve a inteligência de perceber que se eu tava ali com a menina acenando pra ela é por que alguma coisa tinha acontecido.)

Bom, depois de colocar as cordas e fitas crepe isolando as áreas, nós ficávamos brincando ali com as crianças antes de a parada começar. Eu sempre brincava de bola ou bambolê. Aliás, sempre corria pra pegar o bambolê, senão ia sobrar pra eu bater a corda, hahaha!! A bola era legal, mas sempre tinham umas crianças sem noção que chutavam e isolavam a bola, às vezes acertavam outros guets… por isso sempre preferia o bambolê, mesmo!! Até porque eu sou péssima no bambolê, e as crianças achavam o máximo ganhar de mim.

Pouco antes da parada começar nós recolhemos tudo em mandamos as crianças se sentarem. A gente diz pra elas que a parada já vai começar, mas na verdade demora um pouquinho ainda, então as crianças ficam super impacientes e os pais mais ainda :p

Mas enfim, PAC é o dinheiro mais fácil de todos, hehehe!!! Em épocas de Natal, quando tem duas paradas à noite, é melhor ainda, porque o shift vai de 18h até meia noite mais ou menos, ou seja 6 horas que a gente ganha brincando!!!

E é um trabalho que todo mundo pode fazer, sempre tem horas extras de PAC no portal (o que eu não gostava muito no summer, porque muitas vezes nós não éramos escalados e davam os shifts de parada todos pros hora extra). No ICP eu peguei poucas vezes, porque sempre trabalhava à noite, então só dava pra pegar nos days off. Mas fiquem de olho no portal, porque essas são as horas extras que acabam mais rápido!!

Se alguem tiver duvidas, pode perguntar nos comentários que eu respondo nos próprios comentários!!

Beijos a todos!!

Submarino.com.br